Uma série de estudos divulgados nos últimos meses e a observação clínica dos profissionais que estão na linha de frente indicam as possíveis sequelas que o coronavírus pode deixar – ainda que não seja possível dizer se elas são temporárias ou perenes.
Já se sabe, por exemplo, que alguns sintomas podem persistir não apenas entre aqueles que tiveram casos mais graves da doença e que, além de danos nos pulmões, o Sars-CoV-2 pode afetar o coração, os rins, o intestino, o sistema vascular e até o cérebro.
Fibrose pulmonar
Em casos mais graves é possível que haja sequelas permanentes, como a fibrose pulmonar, uma doença crônica caracterizada pela formação de cicatrizes no tecido pulmonar.
Síndrome pós-UTI
Os sintomas vão desde perda de força muscular, alterações da sensibilidade e da força motora por disfunção dos nervos até depressão, ansiedade, alteração cognitivas, prejuízo de memória e da capacidade de raciocínio. Os casos graves de covid-19 são a minoria, cerca de 5% do total. Diante de uma pandemia de grandes proporções, entretanto, um percentual pequeno pode significar números absolutos elevados. Entre cerca de 11 milhões de recuperados, por exemplo, os 5% se tornam 550 mil.
Marco zero
Os pulmões são uma espécie de ‘marco zero” para o Sars-CoV-2. Uma vez que o vírus consegue atravessar nossa barreira imunológica e se instala no pulmão, ele segue fazendo estragos em outros órgãos.
Rins e coração
Um estudo recente – com resultados preocupantes – realizado na Alemanha apontou que, entre 100 pacientes recuperados, 78% apresentaram algum tipo de anomalia no coração mais de dois meses depois da alta.
Cérebro
A ocorrência de uma série de sintomas neurológicos que vão de confusão mental a dificuldade cognitiva e delírio estão sendo documentada entre pacientes com covid-19. Um estudo recente da University College London chamou atenção para um caso raro e grave de encefalite que tem acometido alguns pacientes com covid.
Sistema Vascular
Por alguma razão que os cientistas ainda desconhecem, o Sars-CoV-2 aumenta a tendência de coagulação do sangue, tanto que um fragmento de proteína usado no diagnóstico de trombose, o dímero-D, virou um marcador de gravidade para pacientes infectados com o coronavírus.
A coagulação desenfreada pode levar a um tromboembolismo venoso, ou seja, o bloqueio de uma via sanguínea, que pode acabar causando AVC, embolia pulmonar ou necrose de extremidades, levando à necessidade de amputação, o que também tem sido observado em pacientes infectados pela doença.